Andamos na nova geração do sedã, que chega no começo de 2012
Seguindo os passos da Toyota com o Corolla, Honda foi conservadora na renovação do Civic
O novo Civic mantém as qualidades que fizeram desse carro um sucesso ao longo de quase 40 anos – nasceu em 1972. É benfeito, econômico, ágil, seguro e relativamente rápido. Agora existem até luxos e “brinquedos” que as pessoas adoram, como um som de 360 Watts completamente compatível com iPod. O que ele não tem é firmeza, solidez e sensação de poder que possuem outros sedãs, como o Focus 3 ou o Jetta. O Civic, porém, é mais ágil, divertido e bem construído que o Corolla. E isso parece ser suficiente para a Honda.
As dimensões do novo Civic mudaram como todo o carro: muito pouco. Mantiveram-se a largura, a altura e o comprimento aumentou 1,6 cm, mas a distância entre-eixos diminuiu 3 cm. A Honda diz que isso foi feito com a intenção de aumentar a agilidade do carro. Curiosamente, o espaço interior não foi afetado. De acordo com a marca, até aumentou, mas não foi possível fazer medições no dia em que o dirigi. O truque foi encolher o espaço do motor, já que até o porta-malas teve sua capacidade ampliada de 340 litros para 353 l – ainda assim, bem inferior à dos rivais.
A maior mudança está na traseira: lanternas não invadem mais a tampa do porta-malas
A versão mais cara EX-L traz equipamentos como teto solar, câmbio automático, bancos de couro e sistema de som com Bluetooth. A visibilidade melhorou com o emagrecimento das colunas dianteiras e o aumento da área envidraçada no pequeno triângulo formado por uma estrutura vertical colocada nas portas dianteiras. A marca diz que o campo de visão é 34% maior. Não tenho motivos para duvidar desse número.
O Civic manteve a largura e a altura, mas ganhou 1,6 cm no comprimento. No Brasil, pisca será branco
Também não houve mudanças na transmissão. Estão disponíveis as mesmas caixas de cinco marchas, tanto manual quanto automática. Só pude dirigir a automática, que funciona bem, mas não seria mal se tivesse uma sexta marcha – o que também é válido para o câmbio manual.
Painel manteve disposição em dois andares nos mostradores de instrumentos
Procurando satisfazer um consumidor que está mais atento do que nunca ao cuidado com o meio ambiente, principalmente nos Estados Unidos (o maior mercado para o Civic), a Honda criou o sistema Econ. Apertando um botão na parte esquerda do painel, obviamente pintado de verde, acionamos um mecanismo que altera o funcionamento de alguns sistemas, como as válvulas e até o ar-condicionado, buscando diminuir o consumo de combustível. Mas só um posterior teste completo poderá confirmar sua eficiência.
A Honda jura que a suspensão do novo Civic é mais macia que a do anterior. Pode ser. Mas, provavelmente, isso só compense a menor distância entre-eixos, porque a sensação continua sendo de um carro duro – mesmo que os amortecedores e elementos da suspensão trabalhem numa área mais ampla do que antes. Entre numa curva com mais entusiasmo e você verá que o carro tem uma inclinação da carroceria muito bem controlada. Se esse entusiasmo for maior do que a prudência, então o Civic escorregará de frente.
Embora o entre-eixos tenha sido reduzido, a Honda afirma que o espaço interno está mais amplo
Resumindo, podemos dizer que o novo Civic mudou tanto quanto a Honda, quer dizer, muito pouco. É bom saber que não caíram na tentação de aumentar seu porte, nem sua potência (embora o porta-malas precisasse de um incremento maior). Também é gostoso pensar que já será possível ter um Civic com Bluetooth, pelo menos na América do Norte. Mas fiquei mesmo com a sensação de que a Honda não olhou mais longe do que a casa de sua vizinha Toyota para fazer o novo carro. Só o tempo vai dizer se isso foi suficiente ou não.
Volante perdeu esportividade, enquanto o console central manteve as características atuais
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