Teste mostra como se sai a versão mais "pelada" do sedã, de R$ 102.900
Versão T4 do S60 traz menos itens de série, mas oferece luxo na faixa dos R$ 100 mil
O
S60 chegou em março por R$ 169.900, com motor 3.0 turbo, cheio de tecnologias e recursos de segurança. Mas o modelo de entrada da
Volvo não é muito de exclusividades. De olho nos luxuosos na faixa de R$ 100 mil – que já conta com
BMW 320i (R$ 113.530) e
Mercedes C180 (R$ 116.900) –, a marca sueca desembarcou duas versões mais baratas do descolado sedã: a
T5 por R$ 129.900 e a
T4, por R$ 102.900. Esta última chega com motor 1.6 turbo de 180 cv de potência e 24,5 kgfm de torque, para deixar o sonho de ter um sueco de luxo mais perto. Levamos a novidade para pista.
Uma coisa precisa ficar clara desde o início: não há corte de preço sem sacrifícios. E isso fica evidente logo na primeira visita à cabine do
S60 T4. Os bancos são de tecido, o que já cria um contraste inesperado com o desenho de luxo. Mais estranho ainda é sentar no posto do motorista e ter que fazer o ajuste manualmente. Nada de botões ou controles elétricos, apenas a roldana plástica (para regular o encosto) difícil de manusear por estar espremida entre o banco e a carroceria, do lado esquerdo do condutor. Parece que o projeto do carro nem previa que o motorista precisasse colocar a mão ali.
Rodas são de alumínio balder 17"; Farois bi-xenon com lavador, só na versão T6
Mas se você acha que alguns sacrifícios valem a pena na realização do desejo de ter um Volvo, pode tirar da lista outros itens do
S60 topo de linha. Os sistemas de segurança o controle de velocidade adaptativo (AAC) e o auxiliar de pontos cegos (BLIS). Fica apenas o City Safety, que freia o carro automaticamente se for detectada uma possível colisão até 30 km/h, além dos freios ABS, controle estabilidade e os airbags frontais e laterais.
Falando desse jeito, parece que o
S60 ficou tão despido. Não é bem assim. O sedã segue com um dos visuais mais elegantes do segmento e, apesar de compacto, consegue entregar conforto como poucos. O sistema multimídia conta com controle bem funcional, graças ao software adotado pela Volvo. Mas ganharia mais pontos ser a tela fosse um pouco maior que a 5 polegadas. O
S60 T4 ainda traz Bluetooth, controle no volante e oito alto-falantes.
Sistema multimídia conta com tela de 5 polegadas e controle pelo volante. Painel de instrumentos tem botão ecodrive, que deixa o sedã mais econômico, com trocas de marchas em rotações baixas
E já que o tema é cortar custos, o
S60 ajuda até o motorista a cortar os dele. O motor 1.6 Ecoboost aliado à transmissão Powershift de seis velocidades e dupla embreagem alcança um belo feito no consumo de um modelo da classe. Em nossos testes na cidade, o S60 T4 ficou na faixa dos 9,0 km/l, enquanto o consumo rodoviário alcançou 13,8 km/l. A receita é boa e deverá ser adicionada em futuros modelos da
Ford (o novo
Focus europeu já usa), uma vez que a marca americana desenvolveu esse powertrain. Apesar de não fazer mais parte do grupo FoMoCo, a Volvo ainda divide tecnologias com a empresa.
Ignição é feita por botão, assim como freio de estacionamento; Regulagem do banco é ruim de acessar
Pena que o equilíbrio entre consumo e desempenho não seja melhor. O
S60 T4 até se esforça, mas é pesado e a largada parece um pouco lenta no trânsito, até o turbo se manifestar. Pisando fundo, na pista, ele foi bem: fez de 0 a 100 km/h em 8,5 segundos, e a retomada de velocidade de 40 a 80 km/h aconteceu em 4,3 segundos. O câmbio trabalha bem e faz trocas suaves, o que torna qualquer viagem confortável, embora não seja tão rápido nas mudanças quanto o DSG da
Volkswagen.
O
Volvo S60 T4 pode, enfim, ajudar alguns a realizar o tal sonho do sueco de luxo. O preço é atraente, menor até que o do
Honda Civic Si. Mas um pouco mais de equipamentos não faria mal à receita, mesmo que isso tivesse um ligeiro custo extra.
Motor 1.6 prioriza baixo consumo e traz o selo da Ford nas mangueiras
Confira a ficha técnica e os números de teste do Volvo S60 T4
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