A BMW resolveu os problemas da geração anterior e ainda encheu o modelo de eletrônica
O X3 cresceu está mais bonito e ficou tão bom de dirigir que deixa a pergunta no ar: quem precisa de X5?
Se você confundiu o novo X3 com o X5, não está sozinho. Porte e design também lembram muito a primeira geração do X5
O primeiro buraco do caminho já serve de parâmetro para a suspensão: a traseira está bem mais suave, embora a dianteira ainda dê algumas pancadas secas nos baques mais fortes. Não tem jeito, é o recado das grandes rodas aro 19 com os duros pneus Runflat (que podem rodar furados por até 80 km). Já a direção amoleceu com o sistema Dynamic Drive, que permite variar o comportamento do carro entre “Normal” e “Sport”, além do “Sport +” (com o controle de estabilidade desativado). Agora o volante só fica pesado se você quiser, acionando o modo esportivo. No normal, é quase tão leve quanto o de um Mercedes. Ótimo para manobrar, ajudado pela câmera traseira.
O corpo crescido do X3 favoreceu o espaço e o porta-malas: folga garantida para passageiros e bagagem
É marcha demais? Na prática você nem sente, pois na hora do “vamos ver” ele usa mesmo as seis primeiras, deixando a sétima e a oitava para diminuir o ruído e melhorar o consumo em velocidade de cruzeiro. De fato, a 120 km/h na estrada não se ouve nada do motor (a 2.000 rpm) e o consumo chega a 10,4 km/l. Na cidade, com o start-stop, o X3 marcou 6,3 km/l. Nada mau para um utilitário de 1.805 kg e muita disposição para correr.
Quando digo disposição, não é exagero – e olha que não estamos falando de uma versão M (esportiva). Pegue os bons números de retomada para ter uma noção do que é dispor de 40,8 kgfm de torque, bem aproveitados por um câmbio de relações próximas como essa caixa de oito marchas. Exijo todos os 306 cv e assisto ao velocímetro passar dos 200 km/h com facilidade na pista de testes, ainda com espaço para frear numa boa (outra prova em que o modelo mostrou eficiência).
E tem ainda o comportamento esportivo. Com o setup do carro em “Sport +” (direção pesada, amortecedores firmes e câmbio e motor entregando o máximo), o X3 honra a marca. O câmbio ganhou borboletas “+” e “–” no volante (aprendeu, hein, BMW?), a direção tem boa sensibilidade, a carroceria inclina pouco e a tração integral ajuda a equilibrar as massas. Em outras palavras, o X3 se lança em trechos de serra como você não ousaria fazer com muitos sedãs. Só nos ligamos que estamos num utilitário quando a dianteira alarga a trajetória a velocidades pouco recomendáveis num carro desse tipo.
A tração integral xDrive também permite boa mobilidade quando o asfalto acaba, embora, sem reduzida, o X3 não seja afeito a aventuras radicais. De qualquer modo, a altura do solo foi ampliada, chegando a 21 cm, e há um controle de descidas que limita a velocidade em 8 km/h. Fora isso, nada na cabine nos re-mete a um 4x4. Você nem percebe o sistema de tração trabalhando.
Sistema start-stop pode ser desativado ao lado da ignição. Teclas permitem alterar comportamento para esportivo
Painel segue a linha BMW, mas dessa vez com a parte central ligeiramente voltada ao motorista
Normalmente, o sistema xDrive divide a força em 40/60 para dianteira e traseira, mas pode chegar a 100% atrás
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