terça-feira, 26 de julho de 2011

Eles não querem mais saber de V8


Motores compactos são os atuais preferidos dos norte-americanos

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Chevrolet Camaro ZL1, versão mais potente do cupê retrô, usa um bloco 6.2 litros V8 de 550 cavalos
A era do downsizing – redução de tamanho dos blocos dos motores, sem perda de desempenho – já começou há algum tempo nos países ricos. Mas acreditar que essa moda pegaria nos Estados Unidos, berço da cultura dos “big blocks” (motores grandes), era difícil. Só que está acontecendo. Segundo pesquisa realizada pela consultoria IHS Automotive, os norte-americanos estão comprando cada vez menos carros com motores grandes.

Os poderosos blocos V6 e V8 – este último símbolo da cultura norte-americana – perderam representativo espaço para os de quatro cilindros associados a turbo compressores e outras tecnologias modernas – como injeção direta de combustível e sistema start/stop, que desliga o motor em paradas curtas. De acordo com o estudo da IHS, em 2011 os motores quatro cilindros responderam por quase a metade das vendas.

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Chevrolet Cruze foi o carro mais vendido nos Estados Unidos em junho; sedã usa motor 1.4 turbo de 140 cv
Enquanto isso, o volume de veículos equipados com motores V6 vem caindo consistentemente – hoje eles respondem por cerca de 35% das vendas. E no caso dos blocos V8, a queda é ainda mais expressiva: são menos de 15% do total de automóveis comercializados por lá. Para se ter uma ideia da mudança, em 2005 os propulsores V6 respondiam por quase 50% dos emplacamentos – com os quatro cilindros somando 25% do total.

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Versão TSI do novo Volkswagen Jetta tem motor 2.0 turbo de 200 cv e câmbio de dupla embreagem
Novas leis e menos gastos com combustível

A preferência dos norte-americanos pelos motores menores não aconteceu ao acaso, claro. Uma das razões é o preço da gasolina, que nos últimos anos cresceu substancialmente nos Estados Unidos e no resto do mundo. Outro aspecto são as novas leis de emissões, cada vez mais severas – para forçar a indústria a produzir carros mais eficientes e menos poluentes. Ao mesmo tempo, os modelos híbridos e elétricos ainda custam caro, mesmo com o bônus concedido pelo governo dos Estados Unidos.

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Fiat 500 mexicano chega ao Brasil em agosto equipado com o motor 1.4 Multiair a gasolina de 105 cv
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Ou seja, na prática, com as tecnologias modernas os motores de quatro cilindros passaram a ser referência em economia de combustível e baixo nível de emissões, sem deixar de oferecer desempenho agressivo. Um exemplo de downsizing de sucesso é o motor 2.0 TSI do grupo Volkswagen. O bloco – usado também nos modelos de Audi – produz fortes 200 cavalos de potência e um torque de 28,5 kgfm despejado por inteiro antes dos 2.000 giros. E é gerenciado por uma transmissão robotizada de seis marchas e dupla embreagem.

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Nova geração do Ford Ka (2014) usará o motor 1.0 Ecoboost de três cilindros e 120 cv
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Em entrevista ao portal Automotive News, o gerente-senior da consultoria J.D. Power, Michael Omotoso, afirmou que, apesar de os motores quatro cilindros serem mais caros (por conta das tecnologias associadas), o preço elevado dos carros híbridos e elétricos também contribui para a ascensão. O próximo passo, agora, são os motores de três ou menos cilindros e turboalimentados. A Ford, por exemplo, já confirmou que vai produzir em breve o bloco 1.0 litro Ecoboost turbo de três cilindros em linha. É uma moda que deve pegar.

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